A cultura do assédio precisa ser combatida.

15 de maio de 2017
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O termo assédio tem sido recorrente na mídia, os dois últimos casos mais comentados envolvem a TV Globo, o primeiro foi uma denúncia de Assédio Sexual contra o ator José Mayer e o outro aconteceu dentro do programa Big Brother Brasil e resultou na expulsão do participante Marcos. Em ambos os casos a emissora precisou se posicionar publicamente para não ser massacrada pela opinião pública.

Além disso, diversas atrizes e funcionárias da rede Globo, aderiram à causa “Mexeu com uma, mexeu com todas”, por meio de manifestos, camisetas e uso da #chegadeassédio. O Objetivo é reivindicar o respeito às mulheres, bem como à devida punição às pessoas, principalmente homens, que cometem essa atitude!

Como já falamos em outro post, existem 3 tipos de Assédio: Sexual, Moral e Corporativismo. E todos eles podem trazer sérias consequências físicas e/ou psicológicas para o assediado, bem como danos financeiros e de imagem para a empresa.

O Sócio da S2 Consultoria e especialista em assédio, Renato Santos, conversou com a repórter Fernanda Wenzel da Agência Radioweb sobre a expulsão de Marcos do BBB 2017, que foi acusado de constrangimento ilegal e violência psicológica após encurralar e gritar com Emily, outra participante do programa.

Ouça a entrevista completa aqui!

Como Wenzel ressaltou durante a matéria muitas vezes, esse tipo de constrangimento acontece no local de trabalho. Segundo uma pesquisa realizada em 2015 pela Organização Mundial do Trabalho, 42% dos Brasileiros já foram alvo de assédio moral. De acordo com Renato a maioria dos casos são isolados, mas em algumas empresas a prática do assédio faz parte da cultura da corporação e acaba sendo perpetuada pelos próprios funcionários.

“Essa mudança de cultura é topdown. Precisa ser da alta gestão para ter a percepção do quanto fatores de clima, cultura e atitude são prejudiciais para a empresa e, infelizmente, às vezes ela só percebe isso quando começa a sentir no bolso, ou seja, pagando indenizações por danos trabalhistas.” Afirma Renato.

Para Fernanda:

“além dos prejuízos com processos trabalhistas, as empresas perdem por queda na produtividade dos funcionários e com a fuga de talentos, que não querem trabalhar em uma empresa com histórico de assédio.”

O assédio não ocorre de maneira clara e evidente, mas todos os casos de assédio decorrem de uma percepção ou condição real de poder do assediador sobre o assediado. Ele pode estar disfarçado em situações sutis e sorrateiras e nem sempre é explícito.

Qual a conduta esperada das empresas ao lidar com assédio?

Quanto às empresas, não cabe cruzar os braços e esperar que um caso se concretize para tomar uma atitude. Segundo a psicóloga e sócia da S2 Consultoria Alessandra Costa, em entrevista para O Globo, este assunto deve pautar treinamentos, códigos de conduta e até os processo de recrutamento para que não façam parte da rotina laboral.

“É preciso que seja feito um processo de conscientização e treinamento que deixe bem claro qual a postura esperada dos trabalhadores. Mas também não adianta só falar e, na prática, ser diferente. As transformações têm que vir de cima para baixo, com mais mulheres em cargos de liderança e equiparação de salários”. Conclui ela.

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