Sobrecarga feminina: Quem cuida dos seus filhos quando você trabalha?
10 de maio de 2024
A evolução do mercado de trabalho e a luta da mulher por seu espaço levou a importantes conquistas profissionais femininas. Por outro lado, também trouxe a sobrecarga de trabalho, tornando-se um desafio especialmente para aquelas que precisam conciliar maternidade e profissão.
Duplas jornadas, falta de apoio familiar e angústia nas decisões sobre os cuidados dos filhos estão entre os fatores que resultam em mulheres exaustas física e emocionalmente.
Mas como as empresas podem ajudar as novas mães a lidarem com essas questões? Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre o assunto.
Quais os desafios das mães no mercado de trabalho?
Em geral, as mulheres enfrentam uma série de desafios e obstáculos no mercado de trabalho ao se tornarem mães. Elas precisam lidar com preconceitos e discriminações no ambiente de trabalho.
Estereótipos de gênero apontam a mulher como sendo a principal responsável pelos cuidados com a família. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mulher dedica quase 10 horas semanais a mais que os homens em tarefas não remuneradas, como cuidados domésticas e de pessoas.
Por esse motivo, a sobrecarga feminina se relaciona às dificuldades em equilibrar duplas jornadas. E, como se não bastasse, é comum serem julgadas e pressionadas socialmente em relação às suas escolhas sobre a maternidade.
Em todo o mundo, as mulheres recebem 20% a menos do que homens trabalhando na mesma função. Além da desigualdade salarial, as mulheres também precisam trabalhar bem mais do que os homens para subir de cargo ou chegar à chefia na empresa em que trabalham.
Quando se tornam mães, uma das alternativas encontradas é dar uma pausa na carreira, renunciando a projetos e oportunidades profissionais. Com isso, as mulheres acabam criando uma lacuna no currículo, o que prejudica no momento em que decidem voltar para o mercado de trabalho.
Outra questão enfrenta pelas mães é o medo da demissão. Estudos apontam que mais da metade das mulheres são demitidas após a licença-maternidade ou conhecem alguém que foi demitida ao retornarem ao trabalho.
Com quem deixar os filhos para trabalhar?
Ao término da licença-maternidade de 120 dias, garantida pelo artigo 7 da Constituição Federal, chega a hora de retornar ao trabalho. Mas com quem fica a criança? Diferente do homem, a mulher precisa decidir se continua a dedicar tempo integral à carreira, se apenas parcial ou se fica em casa cuidando dos filhos.
Afinal, dificilmente encontram opções de trabalho remoto ou horários flexíveis. Empresas com trinta ou mais mulheres devem oferecer creche ou berçário no local de trabalho. Nos outros casos, as mulheres precisam deixar as crianças em creches ou escolinhas.
A falta de vagas, distância do local e outros fatores, muitas vezes obrigam essas mães a recorrer a uma rede de apoio. Isso significa que os filhos acabam sendo deixados aos cuidados de familiares do seu convívio. O empreendedorismo muitas vezes é a saída encontrada para conciliar o trabalho e maternidade.
Quais os impactos da sobrecarga na saúde mental da mulher?
Toda a sobrecarga de trabalho dentro e fora de casa resulta em mulheres exaustas e com a saúde mental prejudicada. Sintomas como cansaço excessivo, irritabilidade, dificuldade para dormir, ansiedade e depressão, por exemplo, atingem 45% das mulheres brasileiras devido à alta carga de responsabilidades que suportam.
É fundamental que as empresas colaborem para reduzir a sobrecarga de mulheres colaboradoras ao retornarem ao trabalho. Algumas dicas de boas práticas nesse sentido são:
- Fazer com que a profissional se sinta acolhida pela equipe;
- Incentivar a colaboradora a fazer pausas para amamentar o bebê;
- Oferecer treinamentos para que as novas mães sejam capazes de manter a produtividade na nova rotina;
- Estabelecer novas metas e horários mais flexíveis para conciliar trabalho e maternidade;
- conversar sobre novas maneiras para a profissional desenvolver os eu trabalho.
A sobrecarga feminina é uma realidade da nossa sociedade que se intensifica com a chegada da maternidade. No ambiente de trabalho, essa carga pode – e deve – ser reduzida pelas empresas, estabelecendo um ambiente mais justo, acolhedor e igualitário para essas mães.