Qual o próximo passo para combater o assédio?

22 de janeiro de 2018

O combate ao assédio moral e sexual está longe de ser uma batalha vencida, apesar de  alguns avanços significativos na luta por respeito e igualdade nesses últimos tempos. Nós acreditamos que o próximo passo seja quebrar o tabu do assédio no ambiente de trabalho.

São muitos os fatores responsáveis por criar um ambiente propício à prática do assédio, em todos os níveis hierárquicos. Um dos principais, no entanto, vem sendo rompido: o silêncio.

Não importa se o assediador é uma estrela de Hollywood como o produtor Harvey Weinstei ou um desconhecido no metrô. Práticas de abusos não podem ser toleradas, muito menos  silenciadas.

Assista ao impactante discurso de Oprah Winfrey sobre o combate ao assédio em Hollywood no Globo de Ouro, de 2018. 

https://www.youtube.com/watch?v=nlOVquKPUMU

Embora pouco difundidos, existem caminhos claros para lidar e prevenir o assédio. As principais campanhas contra ele estão sendo lideradas por mulheres, mas o problema impacta sistematicamente todas as relações humanas independente do gênero, – no espaço familiar, entre amigos, colegas de trabalho e assim por diante.

Passo a passo para prevenir o assédio

Mas como antever o comportamento assediador e caminhar lado a lado com a causa do combate ao assédio na sua empresa? Estes são os passos que recomendamos aos nossos clientes.

1 – Aprenda a entrevistar seus futuros colaboradores e fornecedores

As técnicas de entrevista investigativa são um aliado nos processos seletivos. Saber fazer as perguntas certas evita a contratação de profissionais com baixa resiliência diante de dilemas éticos para a sua organização. Saiba mais sobre quais as perguntas certas a fazer em uma entrevista.

2 – Desenvolva a integridade resiliente dos seus colaboradores.

Dentro das empresas é fundamental desenvolver a integridade de forma a evitar dilemas éticos. É preciso trabalhar a dimensão humana deste tipo de risco. Por integridade ser centrada no ser humano é que decidimos chamá-la de Integridade resiliente.

Trabalhar a integridade resiliente é desenvolver a relação que um profissional tem com o risco a que está vulnerável e a sua reação quando confrontado com um dilema ético.

O quociente de Resiliência de Integridade da pessoa aponta que quanto maior sua magnitude, menor a manifestação de comportamentos antiéticos. Para ajudar você, preparamos este checklist da integridade integridade resiliente. Baixe agora!

3 – Combata e corrija os casos denunciados.

É preciso desenvolver políticas para lidar com o assédio de forma a evitar casos futuros.  Além disso, deve-se comunicar o que se espera como comportamento ético e monitorar esse comportamento. Os casos precisam ser corretamente tratados de forma que não passem a sensação de impunidade.

4-  Estimule que a barreira do silêncio seja superada e que as pessoas denunciem.

As denúncias dos abusos sofridos ou presenciados são um ponto crucial para combater o assédio nas organizações.

Em geral o medo de sofrer represálias e a desconfiança de que a denúncia será efetivamente analisada faz com que grande parte dos colaboradores de uma organização relevem o assédio sofrido ou presenciado.

Mas como mudar isso?

O colaborador precisa confiar na empresa, que por sua vez para merecer essa confiança deve gerir e tratar as denúncias de assédio com máxima assertividade e empatia.  

Leia também: Fraude e Assédio: como preveni-los na sua empresa?

Profissionais de RH, Compliance e Jurídico das organizações precisam estar capacitados para analisar, detectar e apurar as denúncias de assédio a partir de métodos e técnicas que assegurem ao denunciante que o caso relatado será investigado e de que ele não correrá riscos de qualquer retaliação.

Apenas tendo a ciência de que será ouvido com respeito, atenção e de forma humanizada – e, além disso, com a certeza de que a apuração será conduzida corretamente – o colaborador romperá com o tabu do assédio e estará mais seguro para denunciar.

Pré-requisito para sustentabilidade organizacional

As organizações são responsáveis por zelar pelo bem-estar e saúde, tanto física quanto psíquica, de seus colaboradores. Combater o assédio no ambiente de trabalho, nesse contexto, é uma obrigação.

Mas não são apenas os colaboradores que são negativamente impactados com o assédio: a imagem da empresa fica prejudicada, a qualidade do produto ou serviço pode ser afetado pelo clima interno, e até gastos com possíveis pagamentos de indenizações podem onerar a empresa.

Criar um canal eficiente de apuração de denúncias de assédio, portanto, é definitivamente um pré-requisito para que a sustentabilidade da organização seja garantida de forma saudável.

Cultura ética: o caminho para quebrar o tabu do assédio

O estabelecimento de processos que objetivem mitigar os casos de assédio são fundamentais e urgentes em quaisquer empresas, mas é a construção e consolidação de uma cultura ética que tem o potencial de quebrar com o tabu do assédio.

Desenvolver a cultura ética no ambiente corporativo requer a implantação de ferramentas de integridade que atentem ao fator humano – afinal, uma abordagem empática de educação, informação e conscientização gera resultados melhores do que uma abordagem reativa de punição.

Uma cultura ética reforça a resiliência dos colaboradores, tornando-os agentes naturais de fiscalização e controle. Pois com um clima favorável, a probabilidade de que os próprios funcionários denunciem algo que os pareça errado para proteger o ambiente de trabalho.  

Mas atenção: códigos de ética e conduta bem produzidos não funcionam sozinhos, pois os maiores aliados da cultura ética são a prática exemplar dos gestores e o sentimento de pertencimento e protagonismo do colaborador na organização.

Neste treinamento você aprenderá a aplicar métodos de análise, detecção e tratamento de denúncias de assédio no mundo corporativo