Código de Ética previne crise de imagem?
24 de julho de 2017
O código de ética sempre foi considerado uma ferramenta capaz de orientar e atuar na prevenção de crises de imagem. Mas o atual momento vivido no país, formado por uma sucessão de escândalos de corrupção, tem levado empresas a questionar se o código de ética é o melhor instrumento para orientar os valores de conduta e prevenir fraudes corporativas.
Quando crises de imagem de grandes empresas, como as enfrentadas pela Odebercht e pela JBS, após denúncias da operação Lava Jato, passam a figurar no cenário nacional, o tema código de ética volta a ser pauta no dia-a-dia das organizações que estão em busca pela compreensão da sua efetividade. Afinal, na maioria das vezes, as crises enfrentadas estão diretamente ligadas a condutas negativas que comprometem a reputação.
Código de ética, compliance e a reputação
Reputação é um dos ativos mais valiosos que uma empresa tem, e um dos pilares está centrado nas pessoas que integram a sua equipe. Um código de ética criado de forma transversal, desalinhado das práticas corporativas e arquivado em um biblioteca não é capaz de orientar e guiar a conduta de pessoas formadas por culturas e histórias de vidas diversas.
Esta situação de descompasso entre cultura, valores e a falta de regras de compliance, se reflete claramente na imagem que as pessoas que integram estas organizações fazem dela. Renato Santos, sócio da S2 Consultoria, afirmou em entrevista para a revista Exame, que:
“os funcionários dessas empresas [indiciadas na Lava jato] começam a esconder o crachá”.
Ao perceberem o quanto estão suscetíveis à corrupção, as empresas passam a enxergar a necessidade de falar sobre ética com seus funcionários e a reafirmar seus valores para que incorporem os princípios que regem a organização.
É nesta hora que o compliance ganha força nas empresas, pois atua no âmbito de imagem e reputação, levando em consideração os riscos. Seja de forma espontânea, forçada pela legislação ou por novas normas de mercado e pressão da sociedade, um número cada vez maior de empresas passou a adotar um conjunto de mecanismos que incluem governança corporativa e ferramentas – como gestão de riscos, para evitar comprometer sua reputação.
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Prevenção da crise de imagem vai além do Código de ética
A nossa experiência em combater fraudes corporativas nos mostrou que para prevenir uma crise de imagem não basta ter um código de ética. Para orientar a sua jornada é preciso que a empresa:
- Discuta o código de ética e faça os valores estarem presentes no dia-a-dia das pessoas;
- Desenvolva um programa efetivo de compliance;
- Adote ferramentas adequadas para conhecer melhor as pessoas, como o Teste de Integridade, e entenda qual seria seu comportamento, mediante situações suscetíveis a fraude.
Criar o Código de Ética corporativo é apenas um dos passos da jornada na prevenção de crise de imagem. Outras medidas devem estar associadas a essa ferramenta, tais como ações de comunicação interna e endomarketing, relacionamento com assessorias de imprensa, auditorias de reputação e pesquisas de clima organizacional. Dessa forma, é possível mensurar se as práticas corporativas estão alinhadas ao que foi definido pela organização.
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