No Brasil, 80% das pessoas já presenciaram situações de discriminação no trabalho e apenas 1/3 denunciou o ocorrido à empresa, de acordo com uma pesquisa feita pela Kantar — empresa britânica especializada em pesquisas de mercado.

Você sabia que o princípio da igualdade está disposto na nossa Constituição Federal? No artigo 5º, está prevista a igualdade de todos perante a lei, sem qualquer distinção. Isso significa que é um direito garantido de todo cidadão brasileiro.

A discriminação corresponde a qualquer forma de exclusão e distinção de pessoas em função da sua etnia, cultura, sexo, gênero, origem, raça, religião, orientação sexual, idade etc.

Discutir o assunto e implementar ações para reduzi-lo é essencial. Continue a leitura e saiba mais neste artigo especial sobre discriminação no trabalho!

Em quais níveis a discriminação mais acontece?

A discriminação pode acontecer nos mais diversos contextos e de maneiras extremamente dinâmicas, sendo um reflexo das diversas interações sociais. Mas, na prática, é possível encontrar duas formas para identificar situações de discriminação no dia a dia: a discriminação direta e a indireta.

Discriminação direta

Nessa forma de discriminação podemos dizer que ela acontece de forma mais explícita. Ela utiliza critérios para implementar diferenças no tratamento entre pessoas. Um exemplo prático e, infelizmente, ainda muito comum é a diferença salarial entre homens e mulheres.

No Brasil, a diferença salário de gênero apresentou um aumento no último ano, alcançando a marca de 47, 24%, de acordo com reportagem da Agência Brasil.

Discriminação indireta

A discriminação indireta é aquela que acontece de maneira mais sutil e pode passar despercebida por algum olhar desatento.

Um exemplo muito comum nas organizações é aqueles processos seletivos em que os analistas de seleção convocam apenas profissionais que se graduaram em uma universidade pública federal.

5 dicas para reduzir a discriminação no trabalho

Sabemos que muitas vezes agimos de forma discriminatória sem ao menos nos darmos conta disso. Alguns maus hábitos estão tão enraizados na nossa cultura que, em um primeiro momento, não percebemos que estamos excluindo e ferindo outra pessoa. 

Por isso, elaboramos 5 dicas para conseguirmos reduzir a discriminação no trabalho e em qualquer contexto social. Veja, abaixo.

1. Construa uma cultura de diversidade

Quais são os valores do seu negócio? Reveja os pilares da sua empresa e faça a inclusão de tópicos com o intuito de reforçar a importância da diversidade e estimular boas práticas no contexto organizacional.

É interessante convocar pessoas que representam os grupos que mais sofrem discriminação, como negros, LGBTQIA+ e mulheres para ajudar na construção de uma cultura de diversidade no seu negócio.

Faça pesquisas com o seu headcount (quadro de pessoal) e busque também informações no mercado. É interessante fazer benchmarking com empresas que já têm uma cultura de diversidade consolidada.

As startups são exemplos de organizações que nasceram no meio de um contexto social marcado pela transformação digital e pelos movimentos de diversidade, podendo ser ótimas parceiras para essa construção.

2. Estimule a promoção da empatia

Nem todas as pessoas são empáticas por natureza. No entanto, isso não significa que a empatia não pode ser aprendida. Já ouviu a expressão “gentileza gera gentileza”?

Ela resume bem como é possível ensinar o que é a empatia e disseminá-la no dia a dia. Faça campanhas que mostrem para os seus colaboradores exemplos de ações empáticas.

O seu negócio ganha em todos os sentidos, além de estar contribuindo para a construção de uma sociedade justa e igualitária, a sua marca atrai mais talentos e, ainda, consegue impactar mais positivamente o cliente durante a sua experiência.

Afinal, é impossível fazer uma entrega de qualidade para todos os perfis de clientes se não temos na equipe pessoas que conhecem a sua dor.

3. Consolide canais de denúncia

Os seus colaboradores têm locais para fazer denúncias de casos de discriminação no trabalho? É importante desenvolver meios seguros para que eles possam informar essas ocorrências no contexto organizacional.

Outro ponto em destaque é: você sabe se eles têm ciência do que é considerado discriminação?

Muitas pessoas sequer sabem o que é discriminação no trabalho. É preciso consolidar um Código de Ética Empresarial e treinar seus colaboradores para que eles saibam identificar essas situações, bem como quais canais acionar para fazer a denúncia. 

Coloque esse processo no onboarding (boas-vindas) dos talentos do seu negócio, e faça treinamentos de reciclagem.

4. Apresente as ações de compliance

Muitas vezes, as pessoas deixam de fazer denúncias porque não acreditam que o compliance da empresa faça as investigações necessárias, nem mesmo as punições quando cabíveis.

Por isso, é fundamental desenvolver indicadores para mostrar que o departamento tem atuação ativa e que está firme no propósito de uma organização com desenvolvimento sustentável.

Construa um cronograma de divulgação dos indicadores da área, apresentando a quantidade de casos denunciados, investigados e o resultado das apurações.

Um detalhe que deve ser destacado porque pode ser ainda mais interessante para o seu negócio é deixar essas informações à vista e com atualização diária. Isso pode ser feito na Intranet do seu negócio, por exemplo. Seria algo semelhante ao “impostômetro”, que mensura os impostos pagos.

5. Fortaleça o grau de confiabilidade

Além de divulgar as ações realizadas pelo seu compliance, é interessante fazer uma pesquisa para identificar qual é o grau de confiabilidade que os seus colaboradores têm em relação à atuação do setor.

Somado a isso, outra estratégia interessante é contratar um outsourcing (terceirização) de compliance para trazer ainda mais credibilidade para as investigações realizadas no âmbito corporativo.

Muitas vezes, quando somente o Comitê de Ética e Compliance —que deve ser formado por colaboradores de cargos e hierarquias diferentes — da empresa atua na apuração e nas tomadas de decisões das investigações, os funcionários tendem a não denunciar por medo de retaliação. 

Para trazer mais credibilidade ao compliance da sua organização, conte com a S2 Consultoria.

Com a nossa expertise, atuamos nos processos de apuração de discriminação no trabalho, além de trazermos mais segurança aos processos seletivos do seu negócio com a nossa metodologia PIR — Potencial de Integridade Resiliente.

Construa uma cultura organizacional pautada na diversidade e conquiste mais credibilidade para o seu compliance.

Entre em contato conosco e saiba mais como podemos ajudar a sua organização!